UM NOVO DESAFIO PARA O SESMT: A INTERAÇÃO HOMEM X ROBÔS
UM NOVO DESAFIO PARA O SESMT: A INTERAÇÃO HOMEM X ROBÔS
Prof. Samuel Gueiros, Med Trab
A
interação homem-máquina sempre se constituiu um dos principais focos
das atenções ergonômicas no sentido de se minimizar os riscos nos
ambientes de trabalho. As máquinas participam desses ambientes de forma
até certo ponto passivas, à espera de comandos dos trabalhadores, mesmo
quando operam como esteiras ou na soldagem de peças. Os espaços entre
essas máquinas e os locais de armazenamento devem ser demarcados bem
como as áreas de circulação entre elas. Esses riscos fazem parte da
maioria do texto da NR-12 que especifica os principais riscos
relacionados à fase de projeto e principalmente a chamada FASE DE
UTILIZAÇÃO. Veja o texto capturado do site na pasta da NR-12 sobre
Princípios Gerais e a definição da fase de utilização:
Agora,
as máquinas vão possuindo cada vez mais autonomia desde quando os robôs
passaram a fazer parte de ambientes de trabalho em grandes indústrias,
movimentando-se nos mesmos espaços que os trabalhadores, principalmente
nas áreas de manufatura e armazenamento. Assim, muitos
especialistas se preocupam com o perigo que os robôs podem representar
para os humanos que trabalham ao lado deles. De fato, para que o
trabalho dos robôs seja mais produtivo, eles precisam sair de suas
jaulas para atuar ao lado de humanos. Além disso, para assegurar a
máxima segurança, os robôs precisam se tornar mais parecidos com as
pessoas. Precisam de olhos e de tato, e também de inteligência para usar
esses sentidos. Até o momento, os robôs foram usados principalmente na
manufatura, em especial nas linhas de montagem de automóveis. São em
geral modelos de “robôs burros”, projetados para tarefas repetitivas
consideradas sujas, perigosas ou monótonas.
Por fim, verifica-se que de fato, essa nova interação tem resultado em acidentes graves e mortes, vitimando trabalhadores:
ACIDENTES DE TRABALHO ENVOLVENDO ROBÔS
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1996Fábrica de artigos esportivos
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um
funcionário estava usando um robô para soldar e aparafusar tabelas de
basquete. Ao perceber uma furação incompleta, ele refez manualmente o
furo. O robô entendeu que o ciclo tinha sido concluído e virou-se
subitamente, prendendo contra a parede o funcionário, que foi levado ao
hospital.
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1999
Fábrica de Metais |
um
funcionário da manutenção subiu numa cerca para consertar uma peça num
robô. Este ainda estava em funcionamento, e o empregado foi pego pela
máquina resultando em acidente fatal.
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2001
Fábrica de Automóveis |
Um
funcionário estava fazendo a limpeza no final de seu turno quando
entrou na jaula destrancada de um robô. A máquina agarrou seu pescoço e
prendeu o funcionário sob o aro de uma roda. Ele foi asfixiado
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2001
Montadora de Automóveis |
Um
robô atingiu uma funcionária na nuca prendendo a cabeça dela entre o
corpo do robô e a peça que ela estava soldando, resultando em acidente
fatal.
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Embora
o número possa ser muito baixo em comparação com os acidentes em
ambientes sem robôs, o fato deve chamar a atenção de alguns
profissionais de SESMT trabalham nessas atividades interativas de risco.
Isto porque diferentemente dos robôs em utilização atualmente, que em
geral trabalham enclausurados, a geração seguinte terá muito mais
autonomia e liberdade de movimento independente.
De
qualquer forma, algumas medidas de segurança já estão sendo
implementadas. Em alguns países as regulamentações determinam que os
robôs devem trabalhar num ambiente separado dos humanos, em jaulas ou
cercados por cortinas de luz que interrompem o funcionamento das
máquinas quando os humanos se aproximam. O modelo tem também uma tela
que avisa quem está próximo sobre o que o robô está fazendo e quais
serão os próximos passos deles. Como resultado, a maioria dos acidentes e
mortes ocorreu quando os humanos encarregados da manutenção cometeram
algum erro ou violaram as barreiras de segurança, ao entrar em uma
jaula.
Fonte de foto e textos:
- O Estado de São Paulo
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