quinta-feira, 26 de junho de 2014

UM NOVO DESAFIO PARA O SESMT:

UM NOVO DESAFIO PARA O SESMT: A INTERAÇÃO HOMEM X ROBÔS


UM NOVO DESAFIO PARA O SESMT: A INTERAÇÃO HOMEM X ROBÔS
Prof. Samuel Gueiros, Med Trab
A interação homem-máquina sempre se constituiu um dos principais focos das atenções ergonômicas no sentido de se minimizar os riscos nos ambientes de trabalho. As máquinas participam desses ambientes de forma até certo ponto passivas, à espera de comandos dos trabalhadores, mesmo quando operam como esteiras ou na soldagem de peças. Os espaços entre essas máquinas e os locais de armazenamento devem ser demarcados bem como as áreas de circulação entre elas. Esses riscos fazem parte da maioria do texto da NR-12 que especifica os principais riscos relacionados à fase de projeto e principalmente a chamada FASE DE UTILIZAÇÃO. Veja o texto capturado do site na pasta da NR-12 sobre Princípios Gerais e a definição da fase de utilização:

Agora, as máquinas vão possuindo cada vez mais autonomia desde quando os robôs passaram a fazer parte de ambientes de trabalho em grandes indústrias, movimentando-se  nos mesmos espaços que os trabalhadores, principalmente nas áreas de manufatura e armazenamento. Assim, muitos especialistas se preocupam com o perigo que os robôs podem representar para os humanos que trabalham ao lado deles. De fato, para que o trabalho dos robôs seja mais produtivo, eles precisam sair de suas jaulas para atuar ao lado de humanos. Além disso, para assegurar a máxima segurança, os robôs precisam se tornar mais parecidos com as pessoas. Precisam de olhos e de tato, e também de inteligência para usar esses sentidos. Até o momento, os robôs foram usados principalmente na manufatura, em especial nas linhas de montagem de automóveis. São em geral modelos de “robôs burros”, projetados para tarefas repetitivas consideradas sujas, perigosas ou monótonas.
Por fim, verifica-se que de fato, essa nova interação tem resultado em acidentes graves e mortes, vitimando trabalhadores:

ACIDENTES DE TRABALHO ENVOLVENDO ROBÔS
1996Fábrica de artigos esportivos
um funcionário estava usando um robô para soldar e aparafusar tabelas de basquete. Ao perceber uma furação incompleta, ele refez manualmente o furo. O robô entendeu que o ciclo tinha sido concluído e virou-se subitamente, prendendo contra a parede o funcionário, que foi levado ao hospital.
1999
Fábrica de Metais
um funcionário da manutenção subiu numa cerca para consertar uma peça num robô. Este ainda estava em funcionamento, e o empregado foi pego pela máquina resultando em acidente fatal.
2001
Fábrica de
Automóveis

Um funcionário estava fazendo a limpeza no final de seu turno quando entrou na jaula destrancada de um robô. A máquina agarrou seu pescoço e prendeu o funcionário sob o aro de uma roda. Ele foi asfixiado
2001
Montadora de
Automóveis
Um robô atingiu uma funcionária na nuca prendendo a cabeça dela entre o corpo do robô e a peça que ela estava soldando, resultando em acidente fatal.

Embora o número possa ser muito baixo em comparação com os acidentes em ambientes sem robôs, o fato deve chamar a atenção de alguns profissionais de SESMT trabalham nessas atividades interativas de risco. Isto porque diferentemente dos robôs em utilização atualmente, que em geral trabalham enclausurados, a geração seguinte terá muito mais autonomia e liberdade de movimento independente.

De qualquer forma, algumas medidas de segurança já estão sendo implementadas. Em alguns países as regulamentações determinam que os robôs devem trabalhar num ambiente separado dos humanos, em jaulas ou cercados por cortinas de luz que interrompem o funcionamento das máquinas quando os humanos se aproximam. O modelo tem também uma tela que avisa quem está próximo sobre o que o robô está fazendo e quais serão os próximos passos deles. Como resultado, a maioria dos acidentes e mortes ocorreu quando os humanos encarregados da manutenção cometeram algum erro ou violaram as barreiras de segurança, ao entrar em uma jaula.


Fonte de foto e textos:
- O Estado de São Paulo

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