EPIs para a Construção Civil
A sigla EPI significa equipamento de proteção individual. Trata-se de um equipamento de uso pessoal que tem como objetivo proteger o trabalhador no caso de acidentes. Sem o uso desses EPIs, esses acidentes causariam lesões ou danos à saúde do trabalhador.
Antes do uso do EPI, a equipe de segurança da obra deve buscar eliminar os riscos presentes no ambiente, através do uso dos equipamentos de proteção coletivos. Somente após reduzir os riscos presentes na obra é que passamos para a etapa de avaliar o uso dos EPIs.
Os EPI’s necessários devem ser fornecidos gratuitamente pelo empregador, e cabe ao funcionário cuidar da manutenção, limpeza e higiene de seus próprios EPI’s.
Cabe ao Engenheiro de Segurança definir quais EPIs deverão ser utilizados com base em critérios que geralmente envolvem: os riscos que o serviço oferece, as condições de trabalho, as partes a serem protegidas, quais trabalhadores deverão usar o EPI.
É importante também fazer um trabalho de orientação e conscientização sobre a importância do uso dos EPI’s.
Nesse tema de DDS abordaremos EPIs utilizados para proteger as seguintes partes: crânio, rosto e olhos. Veremos cada um individualmente.
Protetores para o crânio
Os famosos capacetes de segurança são usados para proteger o crânio contra:
• quedas de objetos provenientes de níveis elevados;
• impactos e partículas projetadas;
• projeção de produtos químicos;
• fogo e calor;
• eletricidade.
A parte externa do capacete é o seu casco, que é suportado por um conjunto de tiras internas que devem manter o casco no mínimo 32mm acima do contato direto com o crânio. Essa suspensão evita que, caso aja um impacto no casco externo do capacete, esse seja amortecido por essa malha, protegendo assim o crânio do trabalhador.
Protetores para o rosto
Tem como objetivo proteger o rosto contra partículas, produtos químicos, radiações nocivas e excesso de luminosidade. Acabam também por proteger os olhos, embora não sejam considerados equipamentos de proteção do órgão da visão (veremos mais adiante).
Existem vários tipos de protetores para o rosto:
• Protetor com visor plástico: possui visor de material plástico transparente e liso. Caso tenha a função de proteger contra radiação luminosa, o visor deverá ter a tonalidade apropriada.
• Protetor com anteparo aluminizado: possui visor de plástico, aluminizado na face externa. Protege a face contra impactos e diminui a ação da radiação luminosa.
• Protetor com visor de tela: o visor é feito de tela de malha pequena, tornando-a transparente. Tem como função proteger o funcionário contra riscos de impacto por estilhaços e diminui o efeito do calor radiante.
• Máscara para soldador: é de uso específico dos soldadores de solda elétrica. Além de proteger contra a radiação calorífica e luminosa produzidas durante a soldagem, protege também contra respingos do metal fundente e das fagulhas da solda.
Protetores para os olhos
Para proteger os olhos utiliza-se óculos que variam de forma e aplicação. O objetivo é evitar que impactos de estilhaços, partículas, produtos químicos ou fagulhas possam causar danos ao órgão da visão: os olhos.
• Óculos contra impactos: possuem lentes especiais resistentes a impactos.
• Óculos para soldador – solda a gás: protegem os soldadores contra: radiações e luminosidade além de respingos e fagulhas de solda.
Procure usar o EPI adequado, indicado pela área de segurança da sua obra. E caso tenha dúvidas sempre pergunte para a equipe de segurança.
Cimento: como trabalhar com ele de forma segura
O cimento é um material cerâmico que, em contato com a água, produz uma reação de cristalização de produtos hidratados, ganhando assim resistência mecânica. É o produto utilizado para unir firmemente diversos tipos de materiais de construção, permitindo fazer edificações resistentes e duráveis.
Quando em contato frequente com a pele de muitos trabalhadores da construção civil, pode:
• Ressecar, ferir ou irritar as mãos, os pés ou qualquer outro local da pele onde a massa de cimento permaneça por certo tempo.
• Produzir reações alérgicas, dependendo do contato do cimento com as partes do corpo.
• O contato prolongado do cimento com a pele úmida pode causas fissuras e rachaduras denominadas “lesões indolentes”, nas quais podem ocorrer infecções secundárias.
A doença mais comum causada pelo cimento nos trabalhadores é a dermatite. Dermatite é uma inflamação das camadas superficiais da pele, que se reflete em bolhas, inflamação, escamação e coceira, entre outros sintomas.
Nesse caso específico, o cimento causa uma forte dermatite irritativa por contato, que se inicia com irritação na área podendo chegar ao estágio de necrose. Os sintomas começam a surgir horas após ter caído massa de cimento dentro das botas ou luvas, como por exemplo, ardor e queimação. Já no dia seguinte poderão ser observadas lesões chegando ao estágio de necrose, dependendo do tempo de contato que o trabalhador teve com o cimento.
Como proteção para, o trabalhador deve:
• Usar luvas e botas forradas internamente, na preparação da massa de cimento.
• Não trabalhar descalço, de sandália (chinelo) ou de bermuda.
• Se a roupa estiver suja de massa, ou calda de cimento troque-a logo que possível.
• Deve-se trabalhar de calça comprida.
• Luvas ou botas rasgadas são um perigo! Devem ser trocadas imediatamente.
• Se cair massa ou calda de cimento dentro da luva (ou das botas) e preciso retirá-la imediatamente e lavar as mãos e as luvas (botas) por dentro e por fora. Deixe escorrer toda a água.
• Pó ou cavaco de madeira dentro das botas pode irritar os pés. O melhor é usar meias grossas.
• Não deixe a calça comprida úmida da calda de cimento em contato com a pele.
• Nunca use agitador sem proteção e sempre use óculos de segurança, luvas, botas e capacete.
• Ao final do trabalho diário, os pés e as mãos devem ser muito bem lavados, para retirar restos de cimento que ficaram na pele e nas unhas.
Porém o que infelizmente acontece é que muitos trabalhadores doentes, após terem sido “curados” retornam as suas atividades. Assim entram em contato novamente com o cimento produzindo novamente lesões na pele, impondo o afastamento do trabalhador. Em suma, as dermatites melhoram com o afastamento do trabalho e pioram quando o trabalhador retorna.
Então, para que o trabalhador esteja em plenas condições para trabalhar, é essencial antes de tudo, que siga corretamente as normas para manusear o cimento.
Utilize os EPI’s adequadamente, e em caso de suspeita de dermatite, procure imediatamente um médico.
Não retorne ao trabalho sem estar em condições. Zele por sua vida antes de tudo!
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