segunda-feira, 15 de outubro de 2012

ÉTICA PROFISSIONSL.



Ética profissional e segurança das empresas

Há alguns anos a ética profissional vem sendo levada bem mais a sério nas empresas. Não podemos negar que o exemplo veio de fora, tanto das multinacionais quanto das organizações que têm maior contato com instituições estrangeiras. Esse tipo de mudança de comportamento influenciou até mesmo na mediação dos advogados em casos de assédio moral e, mais recentemente, de quebra de sigilo dos computadores utilizados por pessoas sob suspeita.
Cada vez menos profissionais acreditam que suas ações não influenciam no desempenho das empresas. E cada vez mais eles estão errados. Basta analisarmos quantas perdas as empresas ainda enfrentam por causa da gestão ineficiente do acesso à internet. Antes disso, por causa da falta de ética profissional no que se refere à navegação na web.
Não podemos negar que geralmente o problema tem início no próprio código de conduta das empresas, que não determina claramente o que os funcionários e colaboradores podem ou não acessar durante o horário de expediente. Algumas organizações, principalmente as que contam com suporte terceirizado, chegam a bloquear o acesso das máquinas a sites de relacionamento, como Orkut e MSN. Mas isso só não é nem de longe suficiente para garantir que nenhum hacker invada o sistema e se aproprie dos dados pessoais do usuário e, pior ainda, da empresa.
De acordo com pesquisa do Ibope/NetRatings, o brasileiro é o campeão de acessos à internet, estando à frente de franceses, britânicos, americanos e japoneses. Esse é o tipo de recorde que apresenta um lado bom e outro ruim. Bom do ponto de vista da interação tecnológica, por exemplo, e ruim em relação aos riscos que isso representa. Principalmente, porque mais de 43 milhões de usuários não acessam a net só de suas casas, mas também do ambiente de trabalho.
Sites de relacionamento, blogs, fóruns... As pessoas muitas vezes não percebem que vão deixando rastros comprometedores por onde passam. Quantas empresas já não mandaram embora um funcionário depois de encontrar informações confidenciais circulando em comentários deixados em blogs e ambientes de discussão? E quantas pessoas deixaram de ser contratadas por causa de uma consulta simples ao seu perfil postado no Orkut?
Certamente, ainda há muito que ser discutido sobre ética profissional e segurança tanto da empresa quanto de seus colaboradores. Mas, diante de riscos tão visíveis como o apresentado aqui não demorará muito para que algumas cláusulas a mais venham tomar parte das normas de conduta das organizações. Do ponto de vista técnico, inclusive, será um grande passo a ser dado.


 CONCEITUANDO ÉTICA PROFISSIONAL

É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. Estas três áreas de conhecimento se distinguem, entretanto têm grandes vínculos e até mesmo sobreposições.
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa independente das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que mesmo sem se conhecerem utilizam este mesmo referencial moral comum.
O Direito estabelece o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, pois elas valem apenas para aquela área geográfica onde determinada população ou seus delegados vivem. Alguns autores afirmam que o Direito é um subconjunto da Moral. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável.
Inúmeras situações demonstram a existência de conflitos entre a Moral e o Direito. Um exemplo disso é a desobediência civil, que ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Assim a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes.
Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. Sendo assim, a ação reguladora da ética que age no desempenho das profissões, faz com que o profissional respeite seu semelhante quando no exercício da sua profissão.
A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com sua clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto sócio-cultural onde exerce sua profissão, atingindo toda profissão. Ao falamos de ética profissional estamos nos referindo ao caráter normativo e até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos e códigos específicos. Assim temos a ética médica, do advogado, do biólogo, do psicólogo, etc, relacionada em seus respectivos códigos de ética.
Em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões relevantes que ultrapassam o campo profissional em si, como o aborto, pena de morte, seqüestros, eutanásia, AIDS, e outros, que são questões morais que se apresentam como problemas éticos, pois pedem uma reflexão profunda e assim, um profissional, ao se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um pensador, um filósofo da ciência, ou seja, da profissão que exerce. Desta forma, a reflexão ética entra na moralidade de qualquer atividade profissional humana.
A ética inerente à vida humana é de suma importância na vida profissional, assim para o profissional a ética não é somente inerente, mas indispensável a este. Na ação humana o fazer e o agir estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão.
A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser humano.
O agir da pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela Ética: "o que é" o homem e "para que vive", logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da Ética. Constatamos assim o forte conteúdo ético presente no exercício profissional.
 REFLEXÕES SOBRE A ÉTICA PROFISSIONAL
As reflexões realizadas no exercício de uma profissão devem ser iniciadas bem antes da prática profissional. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório.
Toda a fase de formação profissional, abrangendo o aprendizado das competências e habilidades que se referem à prática específica numa determinada área, deve incluir a reflexão. Ao completar a graduação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a categoria profissional onde formalmente ingressa, o que caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional.
O fato de uma pessoa trabalhar numa área que não escolheu livremente como emprego por precisar trabalhar, não a isenta da responsabilidade de pertencer a uma classe, não a eximindo também dos deveres a cumprir. Algumas perguntas podem guiar a reflexão, até esta tornar-se um hábito incorporado ao dia-a-dia, como por exemplo, perguntar a si mesmo se está sendo bom profissional, se está agindo adequadamente e ainda se está realizando corretamente sua atividade.
É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer, gostando do que se faz, sem perder a dimensão de que é preciso sempre continuar melhorando, aprendendo, experimentando novas soluções, criando novas formas de exercer as atividades, estando aberto a mudanças, mesmo nos pequenos detalhes, que podem fazer uma grande diferença na sua realização profissional e pessoal. Isto tudo pode acontecer com a reflexão ética incorporada a seu viver.
E isto é parte do que se chama empregabilidade, que nada mais é que a capacidade que você pode ter de ser um profissional eticamente bom. Comportamento eticamente adequado e sucesso continuado são indissociáveis!
O valor ético do esforço humano é variável em função do seu alcance, em face da comunidade. Se o trabalho executado é só para auferir renda, tem em geral seu valor restrito. Os serviços realizados, visando o benefício de terceiros com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do mesmo.
Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de grupo e há ele pouco importa o que ocorre com a sua comunidade e muito menos com a sociedade.
O número dos que trabalham visando primordialmente o rendimento é muito grande, fazendo assim com que as classes procurem defender-se contra a dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho e zelando para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa dos serviços, pois ficam vulneráveis ao individualismo.
A consciência de grupo tem surgido mais por interesse de defesa do que por altruísmo, pois garantida a liberdade de trabalho, se não se regular e tutelar a conduta, o individualismo pode transformar a vida dos profissionais em reciprocidade de agressão.
Tal luta quase sempre se processa em virtude da ambição de uns em cima de outros, e que em nome dessas ambições, podem ser praticadas, por exemplo, quebras de sigilo.
A tutela do trabalho processa-se pelo caminho da exigência de uma ética imposta através dos conselhos profissionais. As normas devem ser condizentes com as diversas formas de prestar o serviço de organizar o profissional para esse fim.
A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e inconveniente e esta é uma das fortes razões pelas quais os códigos de ética quase sempre buscam maior abrangência. Assim, ao nos referirmos à classe, ao social, não nos reportamos apenas a situações isoladas ou modelos particulares, mas a situações gerais.
O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um número expressivo de pessoas e até mesmo influenciar o destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa de minorias poderosas, preocupadas apenas com seus lucros.
Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao egoísmo, mas, para os interesses de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas em princípios de virtude, assim a ética tem sido o caminho justo e adequado, para o benefício geral.
 ÉTICA PROFISSIONAL: PONTOS PARA REFLEXÃO
É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos processos ético-disciplinares nos conselhos profissionais acontecem por desconhecimento, negligência.
Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações genuínas com as pessoas, responsabilidade, corresponder à confiança que é depositada em você.
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
Sempre, quando se fala em virtudes profissionais, é preciso mencionar a existência dos códigos de ética profissional.
As relações de valor que existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos da conduta humana podem ser reunidas em um instrumento regulador. Assim, o código de ética é uma espécie de contrato de classe em que os órgãos de fiscalização do exercício da profissão passam a controlar a execução de tal peça magna. Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante seu grupo e o todo social.
Tem como base as virtudes que devem ser exigíveis e respeitadas no exercício da profissão, abrangendo o relacionamento com usuários, colegas de profissão, classe e sociedade. O interesse no cumprimento do referido código deve ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível de cada profissional, como se uma lei fosse, uma vez que toda comunidade possui elementos qualificados e alguns que transgridem a prática das virtudes; seria utópico admitir uniformidade de conduta.
A disciplina, entretanto, é um contrato de atitudes, de deveres, de estados de consciência, e que deve formar um código de ética, tem sido a solução, notadamente nas classes profissionais que são egressas de cursos universitários (contadores, médicos, advogados, psicólogos, etc.).
Uma ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos e especialmente evitar que se macule o bom nome e o conceito social de uma categoria.
CONCLUSÃO
A definição de ética e moral leva a insinuação de que ambas assumem a mesma identidade. Neste bojo, a ética seria a teoria dos costumes, ou a ciência dos costumes, enquanto a moral seria tomada como ciência, haja vista ser o objeto da mesma.
O Positivismo propõe que a Ética, enquanto conhecimento científico deva aspirar à racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deva proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, comprováveis.
Construir a noção abstrata de conceitos como Justiça, Liberdade, Igualdade e outros, como a Ética, é também invocar à semântica – suas conotações e múltiplos sentidos atribuídos. Estas expressões imbuem o sujeito que as assimila de forte e evidente carga emocional. Nalini (1999) afirma que é ainda utilizar-se de expressões que transbordam o sentimento e encerram a complexidade característica às questões filosóficas.
Contudo, a aplicabilidade pragmática da Ética reside na crise de sustentação que civilizações modernas passam. Indistintamente, Ética "é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Desta forma é concebida como uma ciência, e como tal, tem objeto próprio, leis próprias e métodos próprios. Assim, o objeto da ética é a moral, que se torna reconhecida como um dos aspectos comportamento humano. A expressão deriva da palavra romana mores, que assume o sentido de costumes, ou seja, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de sua prática.
A ética é uma disciplina normativa, não por criar normas, mas por descobri-las e elucidá-las. Mostrando às pessoas os valores e princípios que devem nortear sua existência, a ética aprimora e desenvolve seu sentido moral e influencia a conduta.
Com o advir da ética nas profissões e seus respectivos códigos de ética, o homem assume-se como epicentro na tomada de decisões, reconhecimento de si como objeto de um sujeito – isto justifica a necessidade de normas avançadas que compreendam a dimensionalidade assumida pelo homem –, e ainda questões que contemplem a ética do comportamento, sobre a vida e os "novos" mecanismos de relação estabelecidos para a garantia e manutenção desta.
A sustentação da ética profissional nas disciplinas como campo de assistência que trabalha com a subjetividade e o psiquismo humano, como por exemplo, a Psicologia, abre indagações longínquas que contornam a ética profissional e suas atuações.
Mesmo a Filosofia da Ética através do seu estudo histórico sobre o comportamento humano, bem como o reflexo da ética da vida, por trás de sua manutenção ou não, e, por sua normatização e positivação das condutas que vislumbram a transformação da profissão e da ciência, frente ao ser humano, as condições para que encerrem as discussões sobre a ciência do bem e do mal ainda estão aquém de um meio e, por fim, de conclusões cristalizadas sobre o comportamento humano, ou seria o humano comportamento?
O ser humano, como sabemos, é dotado de matéria e pensamento, de água e espírito.
A ética para a psicologia é uma forma específica do comportamento humano. Ela se relaciona com outras ciências humanas com o intuito de se alcançar um comportamento moral.

A indiferença
"Primeiro, levaram os comunistas. Mas eu não me importei com isso. Não sou comunista. Em seguida, levaram alguns operários. Mas eu não me importei com isso. Eu também não sou operário. Depois prenderam os sindicalistas. Mas eu não me importei com isso. Eu não sou sindicalista. Depois agarraram os sacerdotes, mas, como eu não sou religioso, também não me importei. Agora estão me levando. Mas já é tarde."





















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